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Filme Mães Paralelas usa história familiar para tratar de trauma coletivo

Filme Mães Paralelas usa história familiar para tratar de trauma coletivo

Filme Mães Paralelas – 04/03/2022

Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM

Filme Mães Paralelas – Maternidade, verdade biológica, socioafetividade, machismo e luto familiar são alguns dos temas que circundam Mães Paralelas, novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, disponível na Netflix. Integrante da nova lavra da filmografia do diretor, o longa recupera vários temas caros à obra do artista, como observa a advogada Fernanda Barretto, presidente da Comissão de Direito de Família e Arte do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM.

“Muitos desses temas dialogam com o Direito das Famílias, especialmente a questão da maternidade, que é central em tantos filmes do diretor. Almodóvar retrata muitas mães e as complexidades do feminino. Em Mães Paralelas, ele faz ainda uma relação interessante entre a história familiar e a história coletiva”, comenta Fernanda Barretto.

O filme acompanha duas mães solo se conhecem no hospital, dão à luz no mesmo dia e formam um vínculo que transforma suas vidas. Além da maternidade, Janis (Penélope Cruz, indicada ao Oscar de melhor atriz pelo papel) trabalha na busca por identificação de mortos no Franquismo, ditadura que vigorou na Espanha entre 1939 e 1976. O período obscuro se confunde com a história de família da protagonista.

“É interessante notar que o filme, embora transcorra a maior parte do tempo focado em duas mães e seus vínculos filiais, também usa essa trama como metáfora para falar da História da Espanha, dos mortos e desaparecidos que a ditadura deixou, e a forma como o próprio país lida com sua história coletiva e com seu trauma”, avalia a advogada.

Família é célula central na estruturação social

Segundo Fernanda Barretto, o longa expõe como a família é uma célula central na estruturação social. “Todas as questões que têm uma dimensão coletiva, política, histórica e cultural não deixam de passar pelas famílias, que é a célula inicial a partir do qual toda a organização social se estrutura.”

“Quando falamos de um tema como uma ditadura, que matou tantas pessoas, perpassamos também a destruição de núcleos familiares, que sofreram uma separação definitiva entre pais, filhos, avós. São pessoas que têm dificuldade até de entender a própria história, de como aquele evento se desenvolveu.”

De acordo com a especialista, muitos filmes de Almodóvar propiciam discussões políticas, mas não de forma tão acentuada e evidente como nesse, que trata expressamente dos cadáveres insepultos deixados pela ditadura espanhola. Há, na abordagem, um recorte psicanalítico, que tem com o Direito um diálogo profícuo e tão caro ao IBDFAM.

“Mães Paralelas proporciona reflexões sobre como a fala, a recuperação e a expressão da história é algo importante para a elaboração dos lutos, das dores, para que se possa continuar a vida, apesar das fraturas e dos traumas. Não se pode caminhar para a frente sem entender e elaborar o passado. Não se pode apagar nem fingir que a história não existiu, por mais dolorosa que ela seja”, ressalta a diretora nacional do IBDFAM.

Presente em todos os filmes do cineasta, a dualidade dos personagens – especialmente das mulheres, que têm mais destaque –, também é a marca do mais recente. “As personagens de Almodóvar são ricas e complexas. Geralmente, não têm só uma dimensão, não são maniqueístas. Há também um olhar plural para relações afetivas e sexuais”, conclui Fernanda Barretto.

MÃES PARALELAS
Drama. Direção: Pedro Almodóvar. Com Penélope Cruz, Milena Smit, Aitana Sánchez-Gijón e Israel Elejalde. Disponível na Netflix.

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