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Quebra de sigilo médico: STJ tranca ação penal por aborto e defende inviolabilidade da relação médico-paciente

Quebra de sigilo médico: STJ tranca ação penal por aborto e defende inviolabilidade da relação médico-paciente – 29/05/2024

Quebra de Sigilo Médico: STJ Tranca Ação Penal por Aborto e Defende Sigilo Médico

Brasília, 29 de maio de 2024 – Em uma decisão histórica, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu Habeas Corpus (HC) para trancar uma ação penal contra uma mulher acusada de tentativa de aborto. O caso, que gerou grande repercussão no meio jurídico e na sociedade civil, destaca a importância do sigilo médico e a inviolabilidade da relação entre médico e paciente.

Violação do sigilo profissional: a base da decisão do STJ

A mulher em questão foi denunciada por crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Posteriormente, a denúncia foi aditada para incluir o crime de aborto, na modalidade tentada. As provas que fundamentaram a acusação, no entanto, foram obtidas de forma irregular, através da quebra do sigilo profissional por parte do médico que atendeu a paciente.

Ao analisar o caso, a ministra Daniela Teixeira, relatora do processo no STJ, ressaltou a importância do sigilo médico como elemento fundamental da relação entre médico e paciente. Segundo a ministra, o sigilo protege a privacidade do paciente e garante que ele possa buscar atendimento médico sem receio de represálias ou julgamentos.

“O sigilo médico é uma exigência fundamental da vida social, protegida por lei e princípios éticos”, afirmou a ministra. “A violação desse sigilo, sem justa causa ou consentimento, é ilegal e compromete a integridade das provas obtidas dessa maneira.”

A decisão do STJ: um marco para a defesa dos direitos dos pacientes

A decisão do STJ representa um marco na defesa dos direitos dos pacientes e na garantia do sigilo médico. Ao trancar a ação penal, o tribunal reconheceu a nulidade das provas obtidas de forma irregular e reforçou a importância da proteção da privacidade dos pacientes no âmbito do atendimento médico.

“Essa decisão é extremamente importante para garantir a autonomia das mulheres e o seu direito à saúde”, afirma a advogada e especialista em direitos reprodutivos, Beatriz Ferreira. “O sigilo médico é essencial para que as mulheres possam buscar atendimento médico sem medo de serem julgadas ou criminalizadas.”

As implicações da decisão para o médico que violou o sigilo

Com a decisão do STJ, o caso será encaminhado ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) e ao Ministério Público (MP) para que sejam tomadas as medidas cabíveis contra o médico que violou o sigilo profissional. O CRM-MG poderá aplicar medidas disciplinares ao médico, como advertência, suspensão ou cassação do direito ao exercício da medicina. Já o MP poderá denunciar o médico por crime de violação de sigilo profissional.

A importância do debate sobre o aborto no Brasil

A decisão do STJ também reacende o debate sobre o aborto no Brasil, um tema complexo e sensível que divide a sociedade. Apesar de o aborto ser crime no Brasil, salvo em casos de gravidez de risco para a vida da mulher, estupro ou anencefalia fetal, o número de abortos realizados no país é estimado em cerca de 1 milhão por ano.

“É fundamental que o debate sobre o aborto seja feito de forma aberta e honesta, com base em dados científicos e na defesa dos direitos das mulheres”, afirma a socióloga e pesquisadora de gênero, Ana Souza. “Precisamos construir uma sociedade onde as mulheres tenham autonomia sobre seus corpos e suas vidas.”

Conclusão

A decisão do STJ de trancar a ação penal por aborto em decorrência da quebra do sigilo médico é um passo importante para a defesa dos direitos dos pacientes e para a garantia do sigilo profissional. O caso também serve para reacender o debate sobre o aborto no Brasil, um tema que precisa ser discutido de forma aberta e honesta, com base em dados científicos e na defesa dos direitos das mulheres.

Palavras-chave: Quebra de sigilo médico, STJ, aborto, direitos dos pacientes, sigilo profissional, direitos reprodutivos, saúde da mulher, debate sobre o aborto, Brasil.

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